Capítulo 47

Última semana

Anteriormente em Vendetta...
Todos se armam para o julgamento, Henrique começa a descobrir o passado de Eleonora que envolve um assassinato na adolescencia, Mirtes e Martins acham uma faca debaixo da cama de Alcides com sangue e comprovam que as digitais é de Eleonora, Eleonora é chamada para depor, Eleonora revela que esteve na cena do crime mas que não matou Alcides, Eleonora é descartada como assassina de Alcides, Beatriz fica tensa antes do julgamento, Henrique descobre todo o passado de Eleonora, o julgamento de Beatriz começa e Ludmila é convidada a depor, Henrique conta para Melisa que Eleonora e Sílvio praticavam incesto
CENA 1. CASA DE OLAVO/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. FIM DE TARDE
MELISA - Não, não pode ser! Isso é mentira, por favor, diz que é mentira.
HENRIQUE - Infelizmente não é.
Sandro que estava ouvindo tudo escondido entra.
SANDRO - Então vocês descobriram tudo!
MELISA - Como pôde ser cúmplice do incesto dos seus próprios filhos!? ME DIZ, ESTOU ESPERANDO UMA RESPOSTA!
SANDRO - Quando eu fiquei sabendo eles eram menores e eu não consegui impedir! Mas quando o Sílvio cresceu eu o expulsei de casa.
MELISA - Você tem o que na cabeça!? Você é uma anta mesmo! Isso é desde quando Henrique?
HENRIQUE - Eles foram amantes desde os 13/14 anos até a morte dele.
SANDRO - O principal vocês já descobriram.
MELISA - Como uma coisa tão abominável como essa pode existir?
SANDRO - Desde criança eles foram muito chegados, muito próximos, cheio de brincadeiras, ninguém levava malícia, eles cresceram juntos... Se desenvolveram, se apaixonaram e acabou rolando. Quando eu descobri já era tarde, ela já havia matado a Micheli, eu não ia delatar minha filha pra polícia! Eu não ia, tudo aconteceu de uma forma que eu não planejei.
MELISA - E desde quando uma ANTA como você planeja algo!? Nem conseguir me matar direito você conseguiu, quanto menos cuidar dos seus filhos. O que me revolta é que porque seu filho era gay você de tanto armar causou a morte dele! VOCÊ MATOU O SEU FILHO PORQUE ELA ERA GAY, MAS NÃO FEZ NADA PRA IMPEDIR UM INCESTO! Eu não entendo Sandro. Eu não entendo.
SANDRO - Eu tentei evitar.
MELISA - CALA A MALDITA BOCA! Você não passa de um verme, um parasita destruir... Tudo o que você toca desanda, tudo que você toca vira desgraça! O seu filho que você matou, outro que VOCÊ empurrou pro crime, outra que virou uma assassina, eu que tive que rodar bolsinha e até fui presa, o Henrique que você arruinou, tudo isso. Eu te odeio Sandro, eu te desprezo, eu tenho PENA de você, seu verme.
Música: Total Eclipse of The Heart - Bonnie Tyler
Melisa sai atordoada. Ela sobe as escadas, entra em seu quarto. Fecha a porta, cai na cama e desaba em choro.
MELISA - O que foi que eu fiz meu Deus? O que foi? Eu não mereço isso, eu não mereço!
CENA 2. FÓRUM/ TRIBUNAL. INTERIOR. FIM DE TARDE
JUÍZ - Dona Ludmila, a senhora confirma estar trabalhando há um ano e meio no La Frontière, ter conhecido Beatriz, saber do que se trata este julgamento e também ter plena consciência de que mentir perante juízo pode acarretar em processo com penas de prisão?
LUDMILA - Sim, seu meretissímo.
JUÍZ - Você testemunhou o assassinato?
LUDMILA - Sim, eu assim como todos os outros funcionários?
JUÍZ - Que parte você viu?
LUDMILA - Eu vi quando a Beatriz pegou a arma e atirou contra o Sílvio.
JUÍZ - Passo a palavra a promotoria.
PROMOTOR - Dona Ludmila, a senhora presenciou algo que pudesse incriminar a Beatriz?
LUDMILA - Sim seu juíz, eu presenciei uma conversa dela com o Alcides, nesta conversa, a Beatriz dizia com todas as letras que ela, como mentora do assalto não podia se envolver com o servicinho sujo, e que isso ficaria pro Sílvio.
A imagem passa pelo rosto de todos, quase todos perplexos.
https://www.youtube.com/watch?v=FzvhDizVlI4
Beatriz se levanta exaltada.
BEATRIZ - ISSO É MENTIRA! Por que Ludmila, por que você tá mentindo?
JUÍZ - Seu advogado, por favor, contenha sua cliente.
DR. LUCIANO - Acalma Beatriz, já sabíamos que isso iria acontecer.
PROMOTOR - Continuando... Você acha que a Beatriz matou o Sílvio por dinheiro?
LUDMILA - Disso eu não tenho dúvida, das conversas que eu ouvi dela com o Alcides... Na minha opinião, a Beatriz e o Sílvio tramaram a morte do Mário, mas daí ela viu que matar o Sílvio seria mais vantajoso e deu cabo dele.
PROMOTOR - Seu juíz, sem mais perguntas.
JUÍZ - Agora passo a palavra ao senhor advogado de defesa.
DR. LUCIANO - Dona Ludmila, a senhora conhece a irmã do falecido, a Eleonora?
LUDMILA - Não, eu não faço ideia de quem é ela.
PROMOTOR - Protesto seu juíz, esta pergunta não vem ao caso.
JUÍZ - Recusado.
DR. LUCIANO - Ah mas você conhece sim a Eleonora.
Dr. Luciano abre sua pasta e tira uma foto de Ludmila e Eleonora juntas num beco, Ludmila recebe dinheiro de Eleonora. Beatriz sorri, Eleonora fica furiosa.
DR. LUCIANO - Senhor juíz, senhores jurados, por que a testemunha mentiu que não conhecia a senhorita Martinelli? E por que ela ocultou que recebia dinheiro dela, e vou além o que as duas tramavam nessa ocasião? Alguém se arrisca a responder essas perguntas? (Ninguém responde) Sem mais perguntas senhor juíz.
Dr. Luciano põe a foto na bancada do juíz e senta-se em seu lugar.
CENA 3. CASA DE OLAVO/ QUARTO DE MELISA. INTERIOR. FIM DE TARDE
Melisa abre a porta de seu quarto arassada.
SANDRO - Melisa, você tá bem?
MELISA - Eu vou dar uma saída, preciso digerir tudo isso.
SANDRO - Quando você volta?
MELISA - Não te interessa. Henrique, boa sorte no julgamento da sua prima.
HENRIQUE - Obrigado... Mas Melisa, talvez eu tenha que usar isso no julgamento ok?
MELISA - Faça o que for necessário.
SANDRO - Melisa você enloqueceu de vez!? Você está dizendo que se o Henrique precisar ele pode contar no julgamento que nossa filha tinha um caso com o próprio irmão!
MELISA - Isso mesmo. Agora eu vou indo.
Melisa pega a bolsa e se vai. Sandro vai atrás.
CENA 4. DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO. INTERIOR. FIM DE TARDE
Mirtes e Martins estão organizando tudo para ir assistir ao julgamento de Beatriz.
MARTINS - Eu odeio julgamento!
MIRTES - Eu quero ver o que ficará decidido, mas eu presinto que haverão grandes revelações neste julgamento.
CENA 5. FÓRUM/ TRIBUNAL. INTERIOR. FIM DE TARDE
Henrique entra no julgamento e senta-se, logo após Mirtes e Martins entram também se sentam.
JUÍZ - Agora gostaria de chamar pra depor o seu Mário Brandão.
Mário vai até o juíz.
JUÍZ - Seu Mário, o senhor já conhecia a vítima antes do acontecido?
MÁRIO - Sim, eu já havia tomado conhecimento desse assaltante através de estabelecimentos vizinhos que foram roubados por ele e ele já tentou me assaltar uma vez antes.
JUÍZ - Passo a palavra ao advogado de defesa.
DR. LUCIANO - Seu Mário, nos conte como a Beatriz é como funcionária e como pessoa.
MÁRIO - Como funcionária ela é exemplar, eficiente, dedicada e esforçada e como pessoa é um ser humano maravilhoso, uma excelente menina, com caráter incontestável.
DR. LUCIANO - Desde quando a conhece para saber tudo isso?
MÁRIO - Desde que ela chegou em São Paulo, bem novinha, aproximadamente com 17 anos.
DR. LUCIANO - Sem mais perguntas senhor juíz. Mas antes, aqui está o depoimento do homem que conhece essa moça que agora está sentada no banco dos réus há aproximadamente 8 anos.
PROMOTOR - (Em tom de malícia e deboche) Seu Mário, quais são os serviços eficientes que a Beatriz dá ao senhor?
DR. LUCIANO - Seu juíz, esta pergunta é totalmente indiscreta!
JUÍZ - Negado. Vamos seu Mário, responda.
MÁRIO - Eu posso garantir que não são os mesmos tipos que a dona Eleonora presta ao senhor promotor.
PROMOTOR - Você acha que a Beatriz está envolvida com o assalto?
MÁRIO - De jeito algum.
PROMOTOR - Você sabia que a Beatriz já namorou um dos envolvidos com o assalto?
MÁRIO - O meu primo, sim. Mas eles terminaram.
PROMOTOR - Sem mais perguntas.
CENA 6. STOCK-SHOTS. EXTERIOR/ SÃO PAULO - BUENOS AIRES (ARGENTINA). FIM DE TARDE
São Paulo vai ficando para trás e dá lugar a bela capital Argentina.
CENA 7. BUENOS AIRES. PRESÍDIO. EXTERIOR. FIM DE TARDE
Um dos presos da quadrilha que trafica pessoas recebeu a proposta de delação premiada. E está a caminho do diretor do presídio.
PRESIDIÁRIO - Hola señor, pensé que me hizo la propuesta de negociación de los cargos, estoy dispuesto a renunciar a un miembro de la banda ahora, este miembro es de Brasil, estás interesado?
Oi senhor director, eu pensei na proposta que me fez de delação premiada, estou disposto a entregar um membro da quadrilha agora, este membro é do Brasil, tem interesse?
DIRETOR - Si, tienemos mucho interesse, conte-nos!
Sim, temos muito interesse, conte-nos!
PRESIDIÁRIO - Por ahora no voy a decir nada, pero pronto se dará cuenta de que la denuncia formal de Marcelo Mercedes.
Por hora não falo nada, mas já aviso que em breve farei a delação formal de Marcelo Mercedes.
DIRETOR - Ok, te lo digo con su delación, tener más miembros de la banda y reducirá en gran medida su condena.
Ok, conto com você sua delação, prenderá mais membros da quadrilha e irá reduzir bastante sua pena.
CENA 8. STOCK-SHOTS. EXTERIOR/ BUENOS AIRES - SÃO PAULO. FIM DE TARDE/ COMEÇO DE NOITE
Voltamos para São Paulo, o fim de tarde se vai e dá lugar a um belo começo de noite.
CENA 9. FÓRUM/ TRIBUNAL. INTERIOR. COMEÇO DE NOITE
JUÍZ - Agora, como próximo a depor eu chamo o senhor Henrique Marcondes.
Henrique vai até o juíz.
JUÍZ - Seu Henrique, você pressenciou a morte do assaltante?
HENRIQUE - Não meretissímo.
JUÍZ - Mas você os conhece certo?
HENRIQUE - Muito bem.
JUÍZ - Como foi a noite do crime?
HENRIQUE - Eu estava com o irmão da vítima, com quem mantinha uma união estável, nós fómos a delegacia encontrar a Beatriz. O irmão da vítima, infelizmente já falecido, pra não dizer assassinado, ele entendeu a minha prima e tudo mais. Foi a minha prima quem o ajudou quando ele foi expulso de casa.
JUÍZ - Passo a palavra do advogado de defesa.
DR. LUCIANO - Seu Henrique, você morava com a sua prima na época do assalto ao La Frontière, você tevê algum conhecimento de que ela estivesse envolvida com o assalto?
HENRIQUE - Não, ela não se envolveu com o assalto.
DR. LUCIANO - Na época em que você morou com a Eleonora, o que você conseguiu observar nela?
HENRIQUE - Olha, ela é totalmente doente.
ELEONORA - SEU JUÍZ, VAI DEIXAR ELE FALAR ASSIM DE MIM?
JUÍZ - Senhor Henrique, por favor, modere suas palavras.
HENRIQUE - Ok. A Eleonora é uma criminosa e isso está provado perante à lei. E eu sou uma das únicas testemunhas vivas de vários dos crimes dela.
DR. LUCIANO - Você acha que a irmã do assaltante, a Eleonora, você acha que ela tem algum envolvimento com o assalto ou que ela está manipulando as pessoas para que prestem depoimentos falsos?
PROMOTOR - Seu juíz, prostesto! Ele está colocando a prova de que a irmã do assaltante seja uma das participantes do assalto e ainda por cima que ela esteja manipulando as pessoas!
JUÍZ - Negado, senhor Henrique, pode responder a pergunta.
HENRIQUE - Eu não acho, eu tenho absoluta certeza. A Eleonora é capaz de tudo para conseguir o que quer!
DR. LUCIANO - Sem mais perguntas.
PROMOTOR - Seu Henrique, por que mesmo que por um acaso a Eleonora esteja envolvida com o assalto não foi ela que matou o Sílvio, e isso também não impede que tenha outra envolvida no assalto, certo?
HENRIQUE - Certa, mas...
PROMOTOR - (Cortando) E por que a Eleonora ajudaria o Sílvio no assalto? E por que ela teria interesse em acabar com a Beatriz sendo que a justiça iria provar que ela é culpada?
HENRIQUE - Pelos simples fato da senhorita Eleonora ser uma psicopata capaz de tudo pra conseguir o que quer, e dela amar o irmão mais do que tudo, tanto que até era amante do próprio irmão, né Eleonora?
Todos olham para Eleonora perplexos.
https://www.youtube.com/watch?v=DxjJbRJFvNU&feature=plcp
HENRIQUE - Não adianta negar, isso é verdade e eu tenho provas. E além disso também posso provar que a garota Micheli que foi assassinada há 10 anos atrás e foi capa do jornal do dia foi morta pela Eleonora por ciúmes do irmão e porque a mesma, no dia de sua morte descobriu o incesto.
PROMOTOR - Seu juíz, isto não vem ao caso.
JUÍZ - Agora vem ao caso sim, pois aí temos motivos pelos quais Eleonora Martinelli iria querer incriminar Beatriz Marcondes e motivos pelos quais ela participaria do assalto.
ELEONORA - Querem saber? Isso é verdade sim, eu tinha um caso com o meu irmão sim, e daí? E querem saber mais eu matei aquela sonsa da Micheli SIM, vão fazer o que me prender? Ah queridos, eu já passei dos 21 anos, eu cometi esse crime quando era menor, não podem mais me punir.
Eleonora se senta.
PROMOTOR - Seu juíz, eu peço que o julgamento continue amanhã seu juíz por favor.
JUÍZ - Concedido. O julgamento irá continuar amanhã, a partir das 6:30 da tarde.
O juíz bate a marretinha. Todos saem perplexos.
CENA 10. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. NOITE/ DIA
Música: The Goodbye Boy - Instrumental) - Rodolpho Rebuzzi e Andre Sperling
A noite vai sumindo, o brilho das estrelas e da lua se vai, logo começa-se um sol quente e forte a nascer marcando o ínicio de um novo e inovador dia... Todos os lugares agitados, nas bancas as manchetes sobre Eleonora e Sílvio lotam todos os jornais, ao lado das notas sobre o julgamento de Beatriz.
CENA 11. CASA DE MARCELO/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA
Eleonora e Marcelo estão na casa, conversando.
MARCELO - Dessa vez você me surpreendeu! Ser amante do seu próprio irmão!? Jesus!
ELEONORA - Falando do que Marcelo? Você abusava da sua própria prima e traficou ela.
MARCELO - Boa sorte no julgamento.
ELEONORA - Ok, mas eu preciso de você na porta do fórum com seu carro, no final do julgamento.
MARCELO - Pra quê?
ELEONORA - Eu sempre consigo o que quero, se a justiça não me der por bem, eu arranco por mau.
MARCELO - Nossa! Que história hein!
ELEONORA - O meu irmão é a pessoa que eu mais amei na vida.
Eleonora se lembra:
Eleonora e Sílvio estão no quarto dos pais, fazendo guerra de travesseiros, bem jovens ainda, por volta de 13/14 anos anos ainda. Eles caem na cama exausto em meio várias penas. Eleonora se aproxima de Sílvio na cama, ela começa a fazer carinho em sua cabeça. Eles se olham fascinados um com o outro, até que se beijam na cama.
CENA 12. CASA DOS MARCONDES/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA
Beatriz está tensa reunida com Dr. Luciano.
DR. LUCIANO - Beatriz, mantenha a calma. Começamos bem nos depoimentos.
BEATRIZ - Nós vamos ganhar.
DR. LUCIANO - E lembre-se MANTENHA A VERSÃO DE QUE É INOCENTE.
BEATRIZ - Eu sei.
CENA 13. CASA DE NOVAES/ COZINHA. INTERIOR. DIA
Melisa está na casa de Novaes tomando café com ele.
MELISA - Obrigado por me deixar aqui, não queria voltar pra aquela casa e dar de cara com o Sandro.
NOVAES - Que nada, obrigado você por me fazer companhia.
Melisa abraça Novaes.
CENA 14. CASA DE MARCELO/ SALA DE ESTAR. INTERIOR. DIA
MARCELO - Mas uma coisa que eu não entendi é porque você matou aquela garota.
ELEONORA - Ela queria o Sílvio só pra ela, ela tava no meu caminho demais. Até que a gota d'água foi ela descobrir toda a verdade.
Eleonora se lembra:
Micheli e Sílvio estão se beijando no jardim da casa de Sandro e Melisa. Eleonora está na janela escondida vendo tudo furiosa.
Em seguida, Eleonora se lembra:
Eleonora pula o muro de seu colégio, na entrada ela vê várias pedras grandes. Ela anda imperativa de um lado para o outro. Logo Micheli pula o muro e entra.
MICHELI - Fala Eleonora, o que você quer?
ELEONORA - Precisamos conversar, você não pode contar o que você viu! Você não pode e não vai.
MICHELI - Me impeça!
ELEONORA - Chega! Eu cansei Micheli, sua songamonga ridícula, cafona, vadia! Eu amo meu irmão demais pra vê-lo com você. Eu nunca mais vou vê-lo com você!
Eleonora pega uma grande pedra.
MICHELI - Eleonora, não por favor, eu contei tudo pra Catarina sobre isso, se você fizer algo comigo, ela vai espalhar pra todo mundo.
ELEONORA - Ela não vai, ninguém vai acreditar nela.
Eleonora levanta a pedra com toda sua força.
ELEONORA - Eu a matei com 5 pancadas na cabeça.
MARCELO - Tenso!
HORAS DEPOIS...
CENA 15. FÓRUM/ TRIBUNAL. INTERIOR. TARDE
Todos do julgamento anterior estão na sessão atual. O juíz, promotor de advogado de defesa colhem os depoimentos de todos os que estavam no La Frontière, a perícia mostra suas provas e conclusões sobre o crime.
DR. LUCIANO - Como podemos ver, todas as testemunhas, os outros funcionários dentre outros viram a mesma coisa. Estavam no restaurante quando o assaltante, o assaltante apontou a arma para o Mário, a Esperança lhe tomou a arma e a Beatriz pegou, o assaltante apontou um canivete para Esperança. Então a Beatriz acabou e num instinto de defender o chefe a prima disparou contra o assaltante.
PROMOTOR - Como todos os depoimentos, quase todos... Afinal tivemos o depoimento da funcionária do La Frontière. E ainda temos as provas colhidas pela perícia, pela polícia e pelos peritos contratados pela Eleonora.
JUÍZ - Agora vamos aos depoimentos mais importantes, primeiramente o de Eleonora Martinelli.
Eleonora vai até o juíz.
JUÍZ - Senhorita Eleonora, a senhora mantinha uma relação incestuosa com seu irmão, correto?
ELEONORA - Correto.
JUÍZ - Como pode afirmar que Beatriz tinha algum envolvimento com o assalto?
ELEONORA - Afirmando. Mas a pergunta é: qual teria sido o motivo que a Beatriz matou o Alcides? Porque eu não fui e a polícia provou isso. Quem matou Alcides Brandão foi Beatriz Marcondes, a mentora do assalto ao La Frontière.
JUÍZ - Dona Eleonora, ainda não respondeu minha pergunta: como pode afirmar que Beatriz Marcondes é a mentora?
Eleonora se lembra:
Eleonora (atualmente) está na casa de Sílvio, ambos pensativos.
ELEONORA - Você tem certeza que quer fazer esse assalto?
SÍLVIO - Claro! Será o golpe final, daí nós poderemos por Paraguai maninha, viver lá.
ELEONORA - Paraguai!?
SÍLVIO - Sim, e de lá podemos ir pra onde quisermos. Paris, New York, podemos ter o mundo Eleonora, podemos ter tudo o que quisermos, depende de nós.
ELEONORA - O Alcides vai querer o que em troca de te ajudar?
SÍLVIO - Alguns trocadinhos e que eu mate o dono do restaurante, assim ele fica com tudo.
ELEONORA - Você tem mais algum cúmplice lá dentro? Tem né?
Sílvio dá um sorisso intrigante.
ELEONORA - (Pensamento) Eu não posso dizer que eu sabia de tudo. (Para o juíz) Ela confessou seu juíz, a Beatriz confessou na minha cara que ela foi cúmplice no assalto.
Todos ficam injuriados com a mentira de Eleonora.
BEATRIZ - É MENTIRA! ESSA MALUCA INVENTOU ISSO!
JUÍZ - Controle-se Beatriz! Terá sua hora para explicar tudo. Agora, eu passo a palavra ao senhor advogado de defesa.
DR. LUCIANO - Não tenho para perguntar seu juíz.
JUÍZ - Promotor, alguma pergunta ou algo a acrescentar?
PROMOTOR - Não, a testemunha fala por si.
JUÍZ - Sendo assim, agora chamo a ré para depor. Beatriz você é ré primária, confere?
BEATRIZ - Sim seu juíz.
JUÍZ - Você admite ser cúmplice no assalto?
BEATRIZ - Não, eu jamais participei do assalto. E isso é uma mentira.
JUÍZ - Conte-nos como tudo ocorreu.
BEATRIZ - Naquele dia eu combinei de jantar no restaurante com a minha prima. Íamos pedir, quando o Sílvio entrou no restaurante.
Beatriz se lembra:
O restaurante está lotado. Esperança está numa mesa à espera de Beatriz. Beatriz sai da cozinha e vai até o balcão, onde está Mário, eles conversam por alguns instantes.
MÁRIO - Beatriz, aqui está seu salário do mês.
Mário entrega um cheque à Beatriz.
BEATRIZ - Trabalhar tanto, compensa! Agora vou jantar com minha prima.
MÁRIO - É por conta da casa.
BEATRIZ - Ah não, eu faço questão de pagar.
MÁRIO - Todos os meus funcionários comem aqui de graça e você não será diferente, tudo o que você e sua prima comerem é por conta da casa.
BEATRIZ - (Sorridente) Obrigado Mário.
Beatriz se senta à mesa com Esperança, ambas põe as bolsas ao lado.
BEATRIZ - Oi prima.
ESPERANÇA - Oi Bia! Vamos pedir?
BEATRIZ - Sim. Eu já fiz a minha parte no trabalho da facul, e você, já fez a sua?
ESPERANÇA - Faço hoje à noite.
BEATRIZ - Ok.
Beatriz chama o garçon, o garçon está indo até a mesa, do nada, um assaltante armado invade o restaurante.
BEATRIZ - Ele anunciou o assalto, assustou a todos e começou a passar de mesa em mesa roubando os pertences dos clientes.
Beatriz se lembra:
BEATRIZ - Ah meu Deus, o que é isso?
ESPERANÇA - Um assalto!
O assaltante levanta a arma para o alto.
ASSALTANTE - É o seguinte pessoal, isso aqui é um assalto!
Todos se desesperam. Todos vão para debaixo das mesas. O assaltante passa de mesa em mesa pegando os pertences das vítimas. Uma criança chora debaixo de uma mesa, a criança está abraçada com o pai e com a mãe. O pai sai debaixo da mesa.
ASSALTANTE - Volta pra debaixo da mesa, anda logo que eu to mandando! Não quero meter uma bala no meio da fuça dum pai de família, pensa na tua filha.
O pai volta para debaixo da mesa.
BEATRIZ - Até que ele foi ao caixa roubá-lo, mas daí, após esvaziar o caixa ele apontou a arma do Mário e ameaçou atirar, foi quando minha prima avançou e entrou em luta corporal com ele.
O assaltante pega abre a caixa registradora e pega todo o dinheiro da caixa e põe na mochila que usa para praticar o assalto. O assaltante deixa a caixa registradora vazia. Mário fica em choque, sem poder fazer nada.
MÁRIO - Por favor, não faça nada de mal a ninguém aqui, pode levar qualquer o que quiser, mas deixe a gente em paz.
ASSALTANTE - Nada disso doutor Mário.
MÁRIO - Como sabe meu nome?
O assaltante se afasta e aponta a pistola para Mário, o assaltante engatilha a pistola, preparado para atirar em Mário, todos ficam extremamente tensos. Esperança sai debaixo da mesa e avança em cima do assaltante. Os dois entram em luta corporal. Beatriz sai debaixo da mesa e se afasta.
ASSALTANTE - Larga essa arma!
ESPERANÇA - Não cara! Solta essa arma e vai embora!
BEATRIZ - Até que ela tomou a arma e jogou, eu peguei, ele pegou um canivete e apontou pra minha prima. Sem pestanejar, eu peguei a arma e disparei dois tiros no peito do Sílvio, o matando.
Beatriz se lembra:
Alcides fica tenso.
ALCIDES - Solta essa arma Esperança!
Esperança toma a arma do assaltante e se joga no chão, o assaltante se aproxima para pegar a pistola.
ESPERANÇA - Não!
Esperança joga a arma para Beatriz pelo chão. Beatriz continua tensa.
ESPERANÇA - Pega a arma!
ASSALTANTE - Você me paga!
O assaltante desfere um tapa no rosto de Esperança que se levanta assim como o assaltante. O assaltante tira um canivete do bolso e aponta para Esperança.
ASSALTANTE - Agora você vai ver!
Beatriz fica extremamente nervosa, assim como todos, mas Beatriz fica mais tensa.
BEATRIZ - (Gritando) Solta a minha prima e deixa o meu chefe em paz!
Beatriz desfere dois tiros no peito do assaltante que cai morto no chão. Todos ficam pasmos.
JUÍZ - Passo a palavra ao advogado de defesa.
DR. LUCIANO - Sem mais perguntas.
PROMOTOR - Eu também não. Tudo que havia de ser dito já foi dito.
JUÍZ - Então senhores jurados, podem se reunir para o veredicto.
Os jurados são encaminhados até a sala para dar o veredicto.
CENA 16. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE
A tarde se vai e dá lugar a uma bela noite.
CENA 17. FÓRUM/ TRIBUNAL. EXTERIOR. NOITE
Os jurados voltam ao julgamento. Um deles carrega o envelope com o veredicto. O juíz pega o envelope.
JUÍZ - Todos de pé por favor.
Todos ficam de pé.
JUÍZ - Agora eu anunciarei a sentença da absolvição ou condenação da ré Beatriz Marcondes que foi julgada por homício culposo quando não há a intenção de matar.
O silêncio toma conta, ouve-se apenas os batimentos acelerados de todos. O juíz abre o envelope, o clima de tensão entre todos é maior ainda. A imagem passa pelo rosto de todos, tensos.
A cena congela em efeitos avermelhados no rosto de Beatriz totalmente tensa esperando o veredicto.
https://www.youtube.com/watch?v=x_UL-Ud5MPo
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO