1º Capítulo

1º Capítulo

CENA 1. CASA DOS MARCONDES/ QUARTO DE BEATRIZ. INTERIOR. DIA
Beatriz está dormindo tranquilamente em seu quarto. Pela persiana da janela se vê que o dia já amanheceu. Beatriz se acorda e vai para a cozinha, lá Esperança e Henrique estão tomando café.
BEATRIZ - Bom dia Esperança!
ESPERANÇA - Oi Bia.
HENRIQUE - Oi prima.
Beatriz senta-se à mesa.
BEATRIZ - Ei Esperança, passa no La Frontière hoje à noite pra gente conversar e eu não quero voltar pra casa sozinha porque vou receber.
ESPERANÇA - Ok, lá pras 8 eu tô lá, aí a gente aproveita e janta.
BEATRIZ - Não sei porque Esperança... Mas acho que o dia de hoje não será nada bom.
ESPERANÇA - Vira essa boca pra lá.
BEATRIZ - Tô com um péssimo pressentimento.
ESPERANÇA - É paranóia sua.
Beatriz, Esperança e Henrique continuam tomando café.
CENA 2. CASA DE ORLANDO/ COZINHA. INTERIOR. DIA
Orlando e Cristiano estão na cozinha tomando café da manhã.
CRISTIANO - Vou indo pra faculdade tá pai.
ORLANDO - Ok, depois da faculdade não esquece de passar lá na minha empresa pra me ajudar.
CRISTIANO - Eu to adorando trabalhar com o senhor.
ORLANDO - Eu também.
Cristiano prepara-se para ir embora, Eleonora entra.
ELEONORA - Oi amor.
Eleonora beija Cristiano na bochecha.
CRISTIANO - Eu já tava de saída!
ELEONORA - Ah que pena! Eu volto aqui mais tarde pra gente jantar juntos, ok?
CRISTIANO - Ok amor.
Cristiano sai.
ELEONORA - (Pensamento) Ae! Foi embora, ufa! Só vou ter que aturar esse chato e o pai dele agora de noite.
ORLANDO - (Pensamento) Até quando vou ter que aturar essa golpista da Eleonora aqui?
CENA 3. LA FRONTIÈRE/ SALÃO. INTERIOR. DIA
Mário está cuidando do salão, o restaurante está lotado de funcionários e alguns clientes. Mário atrás do balcão ocupado. Alcides entra no restaurante pela porta da frente, Mário percebe e para de mexer no computador.
MÁRIO - (Firme) Alcides, vem aqui por favor.
Alcides vai até o balcão.
ALCIDES - Oi priminho, o que foi?
MÁRIO - Aqui, você é um funcionário como outro qualquer.
ALCIDES - O que foi?
MÁRIO - É o décimo dia seguido que você atrasa no trabalho sem justificativa, vou descontar do seu sálario. A próxima vez é rua.
ALCIDES - Ok, doutor Mário, isso não vai mais se repetir.
Alcides vai para a cozinha, a cozinha está vazia.
ALCIDES - Ah que ódio desse Mário! Mas tudo bem... Em breve esse restaurantezinho ainda será meu, só meu. Em breve.
O celular de Alcides toca, ele atende.
ALCIDES - Alo. Ah, é você! Claro, tá fechado, vamos fazer o combinado...
CENA 4. CASA DE OLAVO/ QUARTO DE OLAVO. INTERIOR. DIA
Olavo está falando com uma amiga ao celular.
OLAVO - Eu sei amiga, mas eu não tenho coragem de falar pro meu pai que eu sou homossexual. Ele é muito preconceituoso, muito machista, não sei o que ele pode fazer!
AMIGA - Mas cedo ou mais tarde ele vai saber, e aí sim, dependendo de como ele descobrir ele pode fazer uma besteira.
OLAVO - Eu não acredito nisso! Estou com medo de sofrer preconceito do meu próprio pai.
AMIGA - Deve ser duro isso.
OLAVO - Você não faz ideia do quanto tá sendo duro pra mim isso.
CENA 5. AEROPORTO INTERNACIONAL/ DESEMBARQUE. INTERIOR. DIA
Natacha sai do desembarque segurando uma mala, Natacha que está de óculos tira os óculos ao sair do desembarque e olha para o aeroporto.
NATACHA - (Sorridente) São Paulo, depois de 7 anos fora, eu voltei. Agora, eu vou destruir a vida do homem que arruinou a minha vida. Marcelo Mercedes.
Natacha começa a se lembrar:
Natacha está sendo perseguida por duas viaturas policiais numa avenida da Argentina, a avenida não está tão movimentada. Os policiais atiram a todo momento no carro de Natacha, um dos vários tiros acertam o pneu do carro que rodopia na pista. Natacha rapidamente sai do carro e corre em direção a um prédio comercial. No prédio comercial Natacha chama o elevador, que logo vem, Natacha entra no elevador, pouco tempo depois, os policiais entram no prédio e chamam o elevador. No último andar do prédio, Natacha corre desesperada. Natacha rende uma mulher e a leva para uma sala comercial a dopando com clorofórmio. Natacha tira as roupas de cima da mulher e tira as suas, rapidamente joga as suas roupas de cima e seus documentos pela janela do último andar e veste a roupa da mulher que dopou, após isso, Natacha põe a mulher num armário e a tranca, Natacha pega um pano e cobre o rosto para fingir que está com o rosto deformado, os policiais batem na porta, Natacha abre, fala com eles por segundos e vai embora. Natacha, na rua, rouba um carro e vai embora tranquilamente, enquanto isso no prédio, os policiais abrem o armário e a mulher cai do armário, eles vão à janela, e veem as roupas de Natacha que já está longe.
NATACHA - É Marcelo, por sua causa eu tive que matar por minha liberdade, fui perseguida pela polícia e sofri muito mais, mas agora, eu voltei e estou aqui, para te destruir, priminho.
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CENA 6. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. DIA/TARDE
Entardece em São Paulo, uma bela tarde ensolarada nasce.
CENA 7. LA FRONTIÈRE/ SALÃO. INTERIOR. TARDE
Beatriz entra no restaurante e vai no balcão falar com Mário.
BEATRIZ - Oi Mário, cheguei.
MÁRIO - Extremamente pontual você, por isso que é a melhor das minhas funcionárias.
BEATRIZ - Bondade sua.
MÁRIO - Que nada, pode ir trabalhar, eu bato seu cartão pra você. (Reparando em Beatriz) Bia, o que você tem?
BEATRIZ - Ah Mário, não sei porque, mas eu tava com um péssimo pressentimento hoje de manhã, e agora que eu entrei aqui ele voltou, como se algo de ruim estivesse prestes a acontecer aqui.
MÁRIO - Será?
CENA 8. FACULDADE/ CORREDOR. INTERIOR. TARDE
Henrique e Olavo estão andando pelo imenso corredor, quase deserto. Henrique e Olavo se esbarram. Os cadernos de Henrique caem no chão.
OLAVO - Ai me desculpa!
HENRIQUE - Não, que nada, eu que tropecei.
OLAVO - Não, eu insisto. Me deixa te ajudar.
HENRIQUE - Ok.
Henrique e Olavo pegam os cadernos.
HENRIQUE - Você é o Olavo da minha turma da faculdade?
OLAVO - Sim, e você é o Henrique.
HENRIQUE - Eu mesmo. Eu tava indo fazer o trabalho que a professora passou, mas tem que ser em dupla, eu faltei ontem quando ela passou e fiquei sem dupla!
OLAVO - Eu também, e o pior é que é pra amanhã!
HENRIQUE - Só tem a gente sem dupla, vamos fazer juntos?
OLAVO - Ok!
HENRIQUE - Vamos lá no pátio, e daí lá eu te passo o endereço da minha casa que é melhor.
OLAVO - Ok.
Henrique e Olavo continuam andando e conversando pelo corredor descontraídos.
CENA 9. FACULDADE/ SALA DE MARCELO. INTERIOR. TARDE
Marcelo está olhando uma foto de sua prima Olivia, tenso. Natacha bate na porta, Marcelo guarda a foto de Olivia.
MARCELO - Quem é?
NATACHA - Oi doutor Marcelo, eu sou a nova candidata ao cargo de professora de sociologia, Natacha.
MARCELO - Sente-se dona Natacha.
NATACHA - Por favor, dona não. Só Natacha está ótimo!
MARCELO - Ok, Natacha do quê?
NATACHA - Natacha Durval.
Natacha se senta.
MARCELO - Então Natacha, soube que você já deu aula na faculdade federal do Rio de Janeiro e numa daqui de São Paulo. Por que você saiu dessas faculdades?
NATACHA - Eu sai da faculdade do Rio porque tinha que vir pra São Paulo e da daqui de São Paulo eu sai porque fui assediada pelo meu chefe.
MARCELO - Que coisa horrível.
NATACHA - Realmente, foi muito ruim, uma das piores experiencias da minha vida.
MARCELO - Natacha, você está contratada, começa em 2 dias.
NATACHA - Obrigado, não irá se arrepender.
Natacha sai da sala de Marcelo.
MARCELO - Essa professora... Me lembra uma outra pessoa... Mas quem?
CENA 10. FACULDADE/ SALA DE AULA. INTERIOR. TARDE
Natacha entra numa sala da faculdade aliviada. Logo entra Esperança na sala. Esperança dá de cara com Natacha e fica pasma.
ESPERANÇA - (Surpresa) Olivia! É você? O que aconteceu com você?
NATACHA - (Emocionada) Amiga! Que saudades de você Esperança!
Esperança e Natacha se abraçam.
ESPERANÇA - O que você tá fazendo aqui? O que aconteceu com você? Como você veio parar aqui?
NATACHA - Eu ainda vou te contar tudo isso.
ESPERANÇA - Tem a ver com aquele seu primo?
NATACHA - Eu já disse que vou te contar tudo. Mas o lance é o seguinte... (Olha para os lados) Agora, eu sou Natacha Durval, a nova professora de sociologia daqui.
ESPERANÇA - Vamos ali na lanchonete tomar um lanche e você me conta tudo.
NATACHA - Ok!
Natacha e Esperança saem da sala.
CENA 11. CASA DE SÍLVIO. INTERIOR. TARDE
Sílvio está carregando sua arma.
SÍLVIO - É hoje à noite que eu vou arrumar uma grana preta e fugir daqui desse país! Esse assalto será decisivo!
CENA 12. STOCK-SHOTS. EXTERIOR. TARDE/ NOITE
Logo a tarde ensolarada, dá lugar à noite fria e agitada de São Paulo.
CENA 13. CASA DOS MARCONDES. INTERIOR. NOITE
Henrique está sozinho em casa, Olavo bate à porta, Henrique vai atender. Olavo entra.
HENRIQUE - Oi Olavo, entra.
OLAVO - Oi Henrique, com licença!
Henrique e Olavo se abraçam.
HENRIQUE - Vamos trabalhar.
Henrique e Olavo vão para frente do computador, Henrique liga o computador, enquanto o computador inicia, acontece um clima entre Olavo e Henrique.
CENA 14. LA FRONTIÈRE/ SALÃO. INTERIOR. NOITE
O restaurante está lotado. Esperança está numa mesa à espera de Beatriz. Beatriz sai da cozinha e vai até o balcão, onde está Mário, eles conversam por alguns instantes.
MÁRIO - Beatriz, aqui está seu salário do mês.
Mário entrega um cheque à Beatriz.
BEATRIZ - Trabalhar tanto, compensa! Agora vou jantar com minha prima.
MÁRIO - É por conta da casa.
BEATRIZ - Ah não, eu faço questão de pagar.
MÁRIO - Todos os meus funcionários comem aqui de graça e você não será diferente, tudo o que você e sua prima comerem é por conta da casa.
BEATRIZ - (Sorridente) Obrigado Mário.
Beatriz se senta à mesa com Esperança, ambas põe as bolsas ao lado.
BEATRIZ - Oi prima.
ESPERANÇA - Oi Bia! Vamos pedir?
BEATRIZ - Sim. Eu já fiz a minha parte no trabalho da facul, e você, já fez a sua?
ESPERANÇA - Faço hoje à noite.
BEATRIZ - Ok.
Beatriz chama o garçon, o garçon está indo até a mesa, do nada, um assaltante armado invade o restaurante. Alcides, que estava saindo da cozinha, assim como outros funcionários ficam lá mesmo, nervosos, Alcides fica espiando tudo pela cozinha extremamente nervoso. Todos no salão se assustam.
BEATRIZ - Ah meu Deus, o que é isso?
ESPERANÇA - Um assalto!
O assaltante levanta a arma para o alto.
ASSALTANTE - É o seguinte pessoal, isso aqui é um assalto!
Todos se desesperam. Todos vão para debaixo das mesas. O assaltante passa de mesa em mesa pegando os pertences das vítimas. Uma criança chora debaixo de uma mesa, a criança está abraçada com o pai e com a mãe. O pai sai debaixo da mesa.
ASSALTANTE - Volta pra debaixo da mesa, anda logo que eu to mandando! Não quero meter uma bala no meio da fuça dum pai de família, pensa na tua filha.
O pai volta para debaixo da mesa.
ASSALTANTE - Agora sim! Isso mesmo pessoal! Todo mundo aí quietinho, que agora eu vou pegar a caixa registradora!
O assaltante pega abre a caixa registradora e pega todo o dinheiro da caixa e põe na mochila que usa para praticar o assalto. O assaltante deixa a caixa registradora vazia. Mário fica em choque, sem poder fazer nada.
MÁRIO - Por favor, não faça nada de mal a ninguém aqui, pode levar qualquer o que quiser, mas deixe a gente em paz.
ASSALTANTE - Nada disso doutor Mário.
MÁRIO - Como sabe meu nome?
O assaltante se afasta e aponta a pistola para Mário, o assaltante engatilha a pistola, preparado para atirar em Mário, todos ficam extremamente tensos. Esperança sai debaixo da mesa e avança em cima do assaltante. Os dois entram em luta corporal. Beatriz sai debaixo da mesa e se afasta.
ASSALTANTE - Larga essa arma!
ESPERANÇA - Não cara! Solta essa arma e vai embora!
Alcides fica tenso.
ALCIDES - Solta essa arma Esperança!
Esperança toma a arma do assaltante e se joga no chão, o assaltante se aproxima para pegar a pistola.
ESPERANÇA - Não!
Esperança joga a arma para Beatriz pelo chão. Beatriz continua tensa.
ESPERANÇA - Pega a arma!
ASSALTANTE - Você me paga!
O assaltante desfere um tapa no rosto de Esperança que se levanta assim como o assaltante. O assaltante tira um canivete do bolso e aponta para Esperança.
ASSALTANTE - Agora você vai ver!
Beatriz fica extremamente nervosa, assim como todos, mas Beatriz fica mais tensa.
BEATRIZ - (Gritando) Solta a minha prima e deixa o meu chefe em paz!
Beatriz desfere dois tiros no peito do assaltante que cai morto no chão. Todos ficam pasmos.
A cena congela em efeitos avermelhados no rosto de Beatriz segurando a arma olhando para o corpo do assaltante morto.
https://www.youtube.com/watch?v=x_UL-Ud5MPo
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO